O TYGRE – Trad. Augusto de Campos
Tygre! Tygre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz symmetrya?
Em que céu se foi forjar
o fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chamma?
Que mão colheu esta flamma?
Que força fez retorcer
em nervos todo o teu ser?
E o som do teu coração
de aço, que cor, que ação?
Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
o moldou? Que mão, que garra
seu terror mortal amarra?
Quando as lanças das estrelas
cortaram os céus, ao vê-las,
quem as fez sorriu talvez?
Quem fez a ovelha te fez?
Tygre! Tygre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz symmetrya?
O TYGRE – Trad. José Paulo Paes
Tygre, Tygre, viva chama
Que as florestas de noite inflama,
Que olho ou mão imortal podia
Traçar-te a horrível simetria?
Em que abismo ou céu longe ardeu
O fogo dos olhos teus?
Com que asas atreveu ao vôo?
Que mão ousou pegar o fogo?
Que arte & braço pôde então
Torcer-te as fibras do coração?
Quando ele já estava batendo,
Que mão & que pés horrendos?
Que cadeia? que martelo,
Que fornalha teve o teu cérebro?
Que bigorna? que tenaz
Pegou-te os horrores mortais?
Quando os astros alancearam
O céu e em pranto o banharam,
Sorriu ele ao ver seu feito?
Fez-te quem fez o Cordeiro?
Tygre, Tygre, viva chama
Que as florestas da noite inflama,
Que olho ou mão imortal ousaria
Traçar-te a horrível simetria?
O TIGRE – Trad. Ivo Barroso
Tigre! Tigre! tocha tesa
Na selva da noite acesa,
Que mão de imortal mestria
Traçou tua simetria?
Em que abismos ou que céus
O fogo há dos olhos teus?
Em que asa se inspira a trama
Da mão que te deu tal chama?
Que artes ou forças tamanhas
Entrançaram-te as entranhas?
E ao bater teu coração,
Pés de horror? de horror a mão?
Que malho foi? que limalha?
De teu cérebro a fornalha?
Qual bigorna? que tenazes
No terror mortal que trazes?
Quando os astros dispararam
Seus raios e os céus choraram,
Riu-se ao ver sua obra quem
Fez a ovelha e a ti também?
Tigre! Tigre! tocha tesa
Na selva da noite acesa,
Que mão de imortal mestria
Traçou tua simetria?
O TIGRE – Trad. Renato Suttana
Tigre! Tigre! clarão feroz
nas florestas da noite atroz,
que mão, que olho imortal teria
forjado a tua simetria?
Em que funduras, em que céus
o fogo ardeu dos olhos teus?
Em que asa ousou ele aspirar?
Que mão ousou o fogo atear?
Que ombro, que arte deu tal torção
às fibras do teu coração?
E, o teu coração já batendo,
que horrenda mão? que pé horrendo?
E qual martelo? E qual corrente?
Em que forja esteve tua mente?
Qual bigorna? Que ousado ater
seus terrores ousou conter?
Quando os astros se desarmaram
e o céu de lágrimas rociaram,
riu-se ao ver sua obra talvez?
Fez o Cordeiro quem te fez?
Tigre! Tigre! clarão feroz
nas florestas da noite atroz,
que mão, que olho imortal teria
forjado a tua simetria?
The Tyger – William Blake
Tyger Tyger, burning bright,
In the forests of the night;
What immortal hand or eye,
Could frame thy fearful symmetry?
In what distant deeps or skies.
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand, dare seize the fire?
And what shoulder, & what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? & what dread feet?
What the hammer? what the chain,
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp,
Dare its deadly terrors clasp!
When the stars threw down their spears
And water’d heaven with their tears:
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?
Tyger Tyger burning bright,
In the forests of the night:
What immortal hand or eye,
Dare frame thy fearful symmetry?
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