E o amor pairou sobre a cama, tranqüilo como cristal.
e encheu os cantos do quarto enorme:
a explosão da manhã que a deixou dormindo, mostrando
as flores refletidas na mesa de mogno.
Ó meu amor, se eu pudesse unicamente
prolongar esta hora de calma depois da paixão,
não racionar a felicidade mas conservar para sempre esta porta
fechada para o mundo e seu próprio mundo fechado por ela.
Mas as ondas da manhã importunam com o minuto efervescente,
os nomes dos livros fazem-se claros em suas prateleiras,
a razão escava a serviço do dever e tu acordarás
com um sobressalto e continuarás vivendo por tua própria conta.
O primeiro trem passa e as janelas gemem,
vozes se jactarão e tua voz se tornará
um tambor em harmonia com as deles: por toda esta noite, contudo,
como seiva a trabalhar através de uma árvore faminta,
ela afirmou nossa identidade de uma noite.
Trad.: Péricles Eugênio da Silva Ramos
And love hung still
And love hung still as crystal over the bed
And filled the corners of the enormous room;
The boom of dawn that left her sleeping, showing
The flowers mirrored in the mahogany table.
O my love, if only I were able
To protract this hour of quiet after passion.
Not ration happiness but keep this door for ever
Closed on the world, its own world closed within
But dawn’s waves trouble with the bubbling minut
The names of books come clear upon their shelves
The reason delves for duty and you will wake
With a start and go on living on your own.
The first train passes and the windows groan,
Voices will hector and your voice become
A drum in tune with theirs, which all last night
Like sap that fingered through a hungry tree
Asserted our one night’s identity.