Dean Young – Ode às cinzas

Quando a vi mais adiante, corri dois quarteirões
gritando seu nome; depois, percebendo que não era
você, mas uma sósia assustada, continuei
correndo, gritando agora aos céus, perpetuando
sua fama e seu brilho. Desde que
fui incinerado, muitas vezes voltei a este pensamento –
o de que todas as coisas amadas são perseguidas e nunca capturadas,
mesmo enquanto dormia ao meu lado, você estava voando.
Pelo menos não se pode perder o que nunca se teve, a peneira
do eu reteve apenas alguns pedaços maiores, maxilar,
aliança de casamento, um único sonho reiterado,
um acalanto em cada elegia, descrições
do mar inscritas no deserto, sua sombrinha
quebrada, eu afirmando que poderia consertá-la.

Trad.: Nelson Santander

Mais do que uma leitura, uma experiência. Clique, compre e contribua para manter a poesia viva em nosso blog

Ash Ode

When I saw you ahead I ran two blocks
shouting your name then realizing it wasn’t
you but some alarmed pretender, I went on
running, shouting now into the sky,
continuing your fame and luster. Since I’ve
been incinerated, I’ve oft returned to this thought,
that all things loved are pursued and never caught,
even as you slept beside me you were flying off.
At least what’s never had can’t be lost, the sieve
of self stuck with just some larger chunks, jawbone,
wedding ring, a single repeated dream,
a lullaby in every elegy, descriptions
of the sea written in the desert, your broken
umbrella, me claiming I could fix it.