Carmen Conde – Declaro que está morto e que seu túmulo

Declaro que está morto e que seu túmulo
está dentro de mim; sou sua mortalha.
A ninguém se enterrou porque seu trânsito
no tempo foi de loucas esperanças.

Circundam o contorno desta cova
– quente é a vinha que escala as paredes –
os pâmpanos mais tenros e suculentos
que arrancam do silêncio seu tumulto.

Trad.: Nelson Santander

Declaro que se ha muerto y que su tumba

Declaro que se ha muerto y que su tumba
está dentro de mí; soy su mortaja.
A nadie se enteró porque su tránsito
descanso fue de locas esperanzas.

Rodean el contorno de esta fosa
— caliente está la vid que escala muros —
los pámpanos más tiernos y jugosos
que arrancan del silencio su tumulto.