Juntos, em solitude. Cada qual com sua chaga. Cada qual com sua cruz. Dois corpos ardentes tão próximos, separados pela geografia que a mágoa desenha. Entre os braços, interpõem-se desertos, salinas e dunas. O amor morreu? Não. Condenou-se. Soterrou-se em veios de duro e negro minério. Duas árvores cujas raízes trançaram-se rumo ao fundo. Que frutos falhos e ásperos nessas mãos antes tão íntimas, que, mesmo durante o sono, permanecem bem fechadas.
