Arthur W. Frank – Um senso de encantamento

A única diferença real
entre as pessoas
não é saúde ou doença,
mas como cada uma mantém
um senso de valor
na vida.

Quando sinto que não tenho tempo
para sair e contemplar
a luz do sol
no rio,
minha recuperação foi longe demais.

Um pouco de medo está tudo bem.

Está tudo bem
saber
que em um mês
eu poderia estar deitado
em uma cama de hospital me perguntando
como passei o dia de hoje.

Manter essa pergunta −
como foi o seu dia? −
me faz lembrar de sentir
e ver e ouvir.

É muito fácil
ficar distraído.
Quando a rotina se torna
frustrante,

tenho que lembrar daquelas vezes
em que a rotina
me foi
proibida.

Quando estava doente,
tudo o que queria
era voltar
ao fluxo
rotineiro de atividade.

Agora que estou de volta
à rotina,
tenho que manter
um senso de
encantamento

por estar aqui.

Trad.: Nelson Santander

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A Sense of Wonder

The only real difference
between people
is not health or illness
but the way each holds
onto a sense of value
in life.

When I feel I have no time
to walk out and watch
the sunlight
on the river,
my recovery has gone too far.

A little fear is all right.

It is all right
to know
that in a month
I could be lying
in a hospital bed asking myself
how I spent today.

Holding onto that question −
how did you spend today? −
reminds me to feel
and see and hear.

It is too easy
to become distracted.
When the ordinary becomes
frustrating,

I have to remember those times
when the ordinary
was forbidden
to me.

When I was ill,
all I wanted
was to get back
into the ordinary
flux of activity.

Now that I am back
in the ordinary,
I have to retain
a sense of
wonder

at being here.