Tudo que nasceu para morrer
Deve-se a terra misturar
Para da geração se libertar:
Então, que tenho eu a ver contigo?
Do orgulho e da vergonha nasce o sexo
Pela manhã florido, à tarde morto.
Mas a piedade faz da Morte sono
E os sexos se levantam para o trabalho e o pranto.
Tu, mãe da minha mortal parte
Que cruelmente meu coração moldaste
E com fingidas lágrimas
Obliteraste meu olfato, meu olhar e meu ouvir.
E minha fala fizeste de cerâmica insensível
Falseando minha vida de mortal:
A morte de Jesus me liberou:
Então, que tenho eu que haver contigo?
Trad.: Benedicto Ferri de Barros