Cemitério Marinho, um poema de Vinicius de Moraes Tal como anjos em decúbito A conversar com o céu baixinho Existem cerca de cem túmulos Num lindo cemiteriozinho Que eu, a passeio, descobri Um dia em Sidi Bou Said. Mal defendidos por uns muros Erguidos ao sabor da morte Eu nunca vi mortos tão puros Mortos … Continue lendo Vinicius de Moraes – Cemitério Marinho
Categoria: Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes – Ternura
Ternura - um poema de Vinicius de Moraes
Vinícius de Moraes – O Verbo no Infinito
Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então sorrir E então sorrir para poder chorar. E crescer, … Continue lendo Vinícius de Moraes – O Verbo no Infinito
Vinicius de Moraes – O poeta Hart Crane suicida-se no mar
Quando mergulhaste na água Não sentiste como é fria Como é fria assim na noite Como é fria, como é fria? E ao teu medo que por certo Te acordou da nostalgia (Essa incrível nostalgia Dos que vivem no deserto...) Que te disse a Poesia? Que te disse a Poesia Quando Vênus que luzia No … Continue lendo Vinicius de Moraes – O poeta Hart Crane suicida-se no mar
Vinicius de Moraes – Soneto de Quarta Feira de Cinzas
Por seres quem me foste, grave e pura Em tão doce surpresa conquistada Por seres uma branca criatura De uma brancura de manhã raiada Por seres de uma rara formosura Malgrado a vida dura e atormentada Por seres mais que a simples aventura E menos que a constante namorada Porque te vi nascer de mim … Continue lendo Vinicius de Moraes – Soneto de Quarta Feira de Cinzas
Vinicius de Moraes – Soneto de Maio
Suavemente Maio se insinua Por entre os véus de Abril, o mês cruel E lava o ar de anil, alegra a rua Alumbra os astros e aproxima o céu. Até a lua, a casta e branca lua Esquecido o pudor, baixa o dossel E em seu leito de plumas fica nua A destilar seu luminoso … Continue lendo Vinicius de Moraes – Soneto de Maio
Vinicius de Moraes – Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrado uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E … Continue lendo Vinicius de Moraes – Soneto de Carnaval
Vinicius de Moraes – Soneto do Gato Morto
Um gato vivo é qualquer coisa linda Nada existe com mais serenidade Mesmo parado ele caminha ainda As selvas sinuosas da saudade De ter sido feroz. À sua vinda Altas correntes de eletricidade Rompem do ar as lâminas em cinza Numa silenciosa tempestade. Por isso ele está sempre a rir de cada Um de nós, … Continue lendo Vinicius de Moraes – Soneto do Gato Morto
Vinicius de Moraes – Poema de Natal
Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na … Continue lendo Vinicius de Moraes – Poema de Natal