Não esquecerei tão cedo
A pele amarelo-acinzentada
À qual o rosto se havia fixado:
Pálpebras apertadas: nada dele,
Nenhum tremor interior,
Brincava na superfície.
Ele ainda respirava, e contudo
Esta era uma obscura habilidade.
Não esquecerei tão cedo
O ângulo de sua cabeça,
Mantida imobilizada para trás
Na planície estirada do colchão,
De volta daquilo que ele não podia
Nem aceitar, como uma objeção,
Nem, como um respirador de longa data,
Abandonar de forma consentida,
O tubo em sua boca selado
Em um atônito O.
Trad.: Nelson Santander
N. do T.: Este poema integra uma sequência de elegias compostas pelo escritor em memória de amigos que morreram durante a epidemia de aids no final da década de 1980. Este em particular foi escrito em homenagem ao seu amigo Larry Hoyt.
Still Life
I shall not soon forget
The greyish-yellow skin
To which the face had set:
Lids tights: nothing of his,
No tremor from within,
Played on the surfaces.
He still found breath, and yet
It was an obscure knack.
I shall not soon forget
The angle of his head,
Arrested and reared back
On the crisp field of bed,
Back from what he could neither
Accept, as one opposed,
Nor, as a life-long breather,
Consentingly let go,
The tube his mouth enclosed
In an astonished O.