Kyrie, um poema de Tomas Tranströmer
Mês: agosto 2020
Marta Magalhães – Urbanismo
Urbanismo, um poema de Marta Magalhães
Nuno Júdice – Jogo
Jogo, um poema de Nuno Júdice
Friedrich Hölderlin – As Parcas
Republicação: “As parcas”, um poema de Friedrich Hölderlin
Dai-me, Potestades, mais um verão apenas,
Apenas um outono de maduro canto,
Que de bom grado, o coração já farto
Do suave jogo, morrerei então.
A alma que em vida nunca desfrutou os seus
Direitos divinos nem no Orco acha repouso;
Mas se eu lograr o que é sagrado, o que
Trago em meu coração, a Poesia,
Serás bem-vinda então, paz do mundo das sombras!
Contente ficarei, mesmo que a minha lira
Não leve comigo; uma vez, ao menos,
Vivi como os deuses, e é quanto basta.
Trad.: José Paulo Paes
Friedrich Hölderlin – A Brevidade
Republicação: “A brevidade”, um poema de Friedrich Hölderlin
“Por que és tão breve? Não amas mais, como outrora,
O canto? Quando jovem, não chegavas,
Nos dias de esperança,
Nunca ao fim, quando cantavas!”
Tal qual minha sorte é meu canto. – Queres ao arrebol
Banhar-te alegremente? Foi-se! E a terra está fria
E o pássaro da noite esvoaça
incomodamente aos olhos teus.
Trad. Antonio Cícero (?)
Friedrich Hölderlin – Outrora e Agora
Republicação: “Outrora e Agora”, um poema de Friedrich Hölderlin
De manhã era feliz, quando jovem,
E à noite chorava; já hoje, mais velho,
Começo meu dia em dúvida, porém
Seu fim é para mim sagrado e sereno.
Trad.: Antonio Cicero
Ehmals und jetzt
In jüngern Tagen war ich des Morgens froh,
Des Abends weint’ich; jetzt, da ich älter bin,
Beginn ich zweifelnd meinen Tag, doch
Heilig und heiter ist mir sein Ende.
Margarida Vale de Gato – Psyché a Eros
Psyché a Eros, um poema de Margarida Vale de Gato
Jorge de Sena – Carta a meus filhos sobre o fuzilamento de Goya
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso. É possível, porque tudo é possível, que ele seja aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo, onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém de nada haver que não seja simples e natural. Um mundo em que tudo seja permitido, conforme o vosso gosto, … Continue lendo Jorge de Sena – Carta a meus filhos sobre o fuzilamento de Goya
Alfonso Brezmes – Os outros
Os outros, um poema de Alfonso Brezmes
Robinson Jeffers – The Inhumanist (Parte II de “The Double Axe”) (excerto)
Republicação: “The Inhumanist (Parte II de “The Double Axe”)”, excerto de um poema de Robinson Jeffers
Chegará um tempo, sem dúvida,
Em que também o sol morrerá; os planetas congelarão
e o ar sobre eles; gases congelados, com flocos de ar
Serão a poeira: que nenhum vento jamais bulirá:
essa poeira mesma a cintilar à luz baixa dos astros
É o vento morto, o corpo branco do vento.
Também a galáxia morrerá; o brilho da Via Láctea,
nosso universo, todos os astros que têm nomes estão mortos.
Vasta é a noite. Cresceste tanto, querida noite,
andando por teus salões vazios, tão alta!