O amor que não sabe morrer
persiste no olhar do cão
abandonado que,
ao menor gesto,
abana o rabo
na espera do afago.
Está no vaso de planta
esquecido no sobrado
sem moradores.
O amor que não sabe morrer
não pretende tocar o céu.
Quer ficar aqui mesmo –
pedestre, incauto e reles.
Não ouve a ladainha dos mortos.
Nem quer a extrema-unção.