Dorianne Laux — A travessia

Os alces de Orick aguardam para atravessar a pista pacientemente,
e meu marido de seis meses, que pensa ser

o próprio São Francisco, desce do carro para ajudar.
Espírito de São Francisco, camiseta esvoaçante, pisa

o asfalto delicadamente e eles começam sua jornada,
cabeças erguidas, narinas dilatadas, cada passo

um testemunho do momentum interrompido, graciosamente
hesitantes, enquanto dois caminhões, alinhados, zumbindo,

ajustam o ar em seus freios. Eles cruzam as quatro pistas
como uma coroação, lentos como um friso grego, com o vento

que vem do rio agitando o capim sob suas caudas.
Mas meu marido fica ali para conversar com aquela

que não se movimenta, alheia a suas parentes,
com um longo talo de erva-doce rodopiando entre os dentes.

Vá em frente, ele suplica, Prossiga, mas a alce solitária
se mantém firme, seus narizes a menos de um metro de distância.

Uma criatura teimosa encarando a outra.
É assim que sei que o casamento vai durar.

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The Crossing

The elk of Orick wait patiently to cross the road
and my husband of six months, who thinks

he’s St. Francis, climbs out of the car to assist.
Ghost of St. Francis, his T-shirt flapping, step

tenderly onto the tarmac and they begin their trek,
heads lifted, nostrils flared, each footfall

a testament to stalled momentum, gracefully
hesitant, as a brace of semis, lined up, humming,

adjust the air in their brakes. They cross the four-lane
like a coronation, slow as a Greek frieze, river

wind riffling the wheat grass of their rumps.
But my husband stays on, to talk to the one

who won’t budge, oblivious to gher sisters,
a long stalk of fennel gyrating between her teeth.

Go on, he beseeches, Get going, but the lone elk
stands her ground, their noses less than a yard apart.

One stubborn creature staring down another.
This is how I know the marriage will last.

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