Joan Margarit – Despedida

Retirei tapetes e cortinas,
todas as mesas onde há tempos
não como nem escrevo.
Removi os quadros e pintei as paredes
para apagar os vestígios dos anos.
Guardo alguns poucos livros. Sei bem quais.
Destruí
cartas de amor que não me amavam mais.
Silenciosos agora, os amores
são icebergs errantes do pensar.
A casa, sem recantos para o medo,
deixa meus olhos mais desnudos.
Nada, nem a esperança,
pode perturbar a derradeira morte.
Não há outra casa para os que amo.

Trad.: Nelson Santander

REPUBLICAÇÃO, com alterações na tradução: poema publicado na página originalmente em 14/08/2018

Joan Margarit – Despedirse

He retirado alfombras y cortinas,
todas las mesas en las que hace tiempo
que ni como ni escribo.
He sacado los cuadros y he pintado los muros
para borrar señales de los años.
Guardo unos pocos libros. Sé bien cuáles.
He destruido
cartas de amor que no me amaban ya.
Silenciosos, ahora, los amores
son icebergs errantes del pensar.
La casa, sin rincones para el miedo,
deja mis ojos más desnudos.
Nada, ni la esperanza,
podrá perturbar ya la última muerte.
No hay otra casa para los que amo.

Michelle Hulan – O universo, como em uma última canção para os corações solitários

Este poema foi inspirado em “People talk and talk more”1, de Eugenio Montale, e no ciclo de vida do nosso Universo. Há uma teoria segundo a qual a fase final do Universo é a denominada Era dos Buracos Negros, na qual esses fenômenos astronômicos deslizam lentamente pelo vácuo frio até não sobrar nada. Essa imagem me pareceu muito solitária, e fiquei curiosa sobre as dimensões do Universo e sobre como a vida, em toda sua abundância e ubiquidade, ainda está em sua infância. Se reduzíssemos a idade do Universo a uma vida humana, ele teria apenas nanossegundos de idade. Não teria tempo suficiente sequer para abrir os olhos. – Michelle Hulan

Penso que o buraco mais negro é aquele que habitamos
—Eugenio Montale

Imagine um tempo antes da aurora. Quando a luz era apenas fogo flexionando-se no espaço. Imagine quando o Universo se desdobrava como um tecido de seda ao vento, cantando e criando vida como uma criança fazendo fantoches de meias: costurando desajeitadamente o carbono ao oxigênio e nitrogênio ao hidrogênio e depois enfiando a mão em sua garganta. Nosso universo não é gentil, mas cantou para existirmos. Mesmo o tudo quer algo mais às vezes. Mas hoje em dia, as linhas ao redor de nossos olhos curvam-se como cometas. Nossos corações batem como estrelas moribundas. Como o Universo, estamos destinados ao fim. Para nos tornarmos buracos negros perseguindo uns aos outros. Nossos ossos formando família com as doninhas, heras, murtas e fungos no mais escuro deles. Assombraremos o espaço como a névoa sobre os lagos. Será certamente o mais próximo que já estivemos uns dos outros, e estaremos cantando:

Eu me lembro da vida.
Havia tantas. Eu zelei por
todas. Eu zelei por todas.

Trad.: Nelson Santander

1. este poema pode ser lido aqui. Em livre tradução: “As pessoas falam e falam muito”, de Eugenio Montale. As pessoas falam e falam muito / sobre buracos negros. // Penso que o buraco mais negro / é aquele que habitamos / e que talvez alguém de fora dele / esteja se perguntando se aqui dentro existem / animais com duas ou quatro patas / ou animal nenhum, e que ninguém / sequer menciona as plantas ou as flores.”

The Universe, as in One Last Song for the Lonely Hearts

This poem is inspired by both Eugenio Montale’s “People talk and talk more” and the life cycle of our Universe. There is a theory that the final phase of our Universe is the Black Hole Era, where black holes slowly creep across cold space until there’s nothing left. This image struck me as lonely, and I became curious about the scale of the Universe and how life, in its abundance and ubiquity, is still in its infancy. If we were to scale down the age of the Universe into a human lifespan, it would be only nanoseconds old. Not enough time to even open its eyes.

I believe the blackest hole is the one we inhabit
—Eugenio Montale

Imagine a time before morning. When light was just fire bending into space. Imagine when the Universe unfolded like a silk cloth in the wind, singing and building life the way a child makes puppets from socks: clumsily sewing carbon to oxygen and nitrogen to hydrogen then pushing its hand up your throat. Our Universe isn’t gentle, but it sang us into existence. Even everything wants something else sometimes. But these days, the lines around our eyes curve like comets. Our hearts beat like dying stars. Like the Universe, we are destined to end. To become black holes chasing after each other. Our bones making kin with weasels and ivy and mirth and rust in the blackest one. We will haunt space like mist over lakes. It will certainly be the closest we’ve ever been, and we will be singing:

I remember life.
There was so much. I held it
all. I held it all.

Ledo Ivo – O Dia dos Homens

Viver é preciso.
Não existe inferno
nem paraíso.

Apenas o chão.
E uma persistente
chuva de verão.

REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 10/08/2018

Hala Alyan – Spoiler

Você pode diagnosticar o medo? A árvore vermelha que cresce do útero
até a garganta? É um nervo longo, diz o médico. Há uma razão pela qual
a respiração ajuda: os músculos relaxam como um casamento defunto.
Meus medos são básicos. Intoxicação alimentar em Paris. Saguões de hospitais.
Meu marido rindo em outro quarto (a porta fechada).
Durante dias, amparei meu seio e me preocupei com um cisto parecido com uma gota.
Não havia nada que exigisse benzimento. A árvore ama o lenhador.
Os pesadelos pararam, eu digo ao médico. Eu sei por quê.
Eles pararam porque eu os batizei. É assim que minha mãe
e eu falamos da morte — a coisa que você afasta deixando entrar.
Estou cansada do mês de abril. Matou nossas matriarcas e, no quintal,
eu plantei uma muda de oliveira no solo impróprio. Seus galhos curvam-se para baixo
de uma forma que lembram meu amigo — aquele que liga
para me perguntar qual é o sentido?, ou os pacientes que vêm até mim, fervilhando
de sofrimento e assombro, seus corações como recém-nascidos depois
da primeira injeção. E agora?, todos eles querem saber. E agora?
Imagino que seja como uma praia. Há um magnífico castelo de areia
que levou anos para ser construído. Uma fileira de conchas cor-de-rosa compõe o telhado,
as salas são de seixos e de restos de madeira. Esta é a sua vida. Então vem o caso amoroso,
exames de sangue desagradáveis, um engavetamento na estrada. A maré sobe.
A água devora seu trabalho como uma revoada de pássaros selvagens. Há destroços.
Um farrapo de algas marinhas e sangue onde você arranhou seu braço
tentando resistir à correnteza. Pode demorar muito tempo para acontecer,
mas um dia enfim você deslizará novamente os dedos pela areia, colherá um punhado dela
e espalhará sobre um novo chão. Pode-se acreditar em qualquer coisa, então por que não acreditar
que isso vai durar? A viga das conchas semelha a olhos no crepúsculo.
Estou aqui para lhe dizer que a maré nunca vai parar de subir.
Estou aqui para lhe dizer que tudo o que você construir será arruinado. Portanto, faça-o belo.

Trad.: Nelson Santander

Hala Alyan é uma escritora, poetisa e psicóloga clínica palestino-americana especializada em trauma, dependência e comportamento intercultural. Sua escrita cobre aspectos de identidade e os efeitos do êxodos, particularmente dentro da diáspora palestina . 

Spoiler

Can you diagnose fear? The red tree blooming from uterus
to throat. It’s one long nerve, the doctor says. There’s a reason
breathing helps, the muscles slackening like a dead marriage.
Mine are simple things. Food poisoning in Paris. Hospital lobbies.
My husband laughing in another room. (The door closed.)
For days, I cradle my breast and worry the cyst like a bead.
There’s nothing to pray away. The tree loves her cutter.
The nightmares have stopped, I tell the doctor. I know why.
They stopped because I baptized them. This is how my mother
and I speak of dying—the thing you turn away by letting in.
I’m tired of April. It’s killed our matriarchs and, in the back yard,
I’ve planted an olive sapling in the wrong soil. There is a droopiness
to the branches that reminds me of my friend, the one who calls
to ask what’s the point, or the patients who come to me, swarmed
with misery and astonishment, their hearts like newborns after
the first needle. What now, they all want to know. What now.
I imagine it like a beach. There is a magnificent sand castle
that has taken years to build. A row of pink seashells for gables,
rooms of pebble and driftwood. This is your life. Then comes the affair,
nagging bloodwork, a freeway pileup. The tide moves in.
The water eats your work like a drove of wild birds. There is debris.
A tatter of sea grass and blood from where you scratched your own arm
trying to fight the current. It might not happen for a long time,
but one day you run your fingers through the sand again, scoop a fistful out,
and pat it into a new floor. You can believe in anything, so why not believe
this will last? The seashell rafter like eyes in the gloaming.
I’m here to tell you the tide will never stop coming in.
I’m here to tell you whatever you build will be ruined, so make it beautiful.

Sonja Åkesson – Primavera e Outono, Verão e Inverno

A grade que enferrujou.
O pão que empedrou.
O vento que correu em busca
de uma caixa d’água.

Primavera e outono, verão e inverno.
Isso foi tudo.

E é claro, a morte também
sonolenta e bem empanturrada
como um gato castrado bocejando
enquanto as estações do ano vão e voltam
deixando um gosto amargo
em nossas bocas.

Trad.: Fernanda Sarmatz Åkesson

REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 07/08/2018

VÅR OCH HÖST, SOMMAR OCH VINTER

Gallret som rostade.
Brödet som bet sig fast.
Vinden som sprang och letade
efter en vattentunna.

Vår och höst, sommar och vinter.
Var det allt.

Ja, och så döden förstås
dåsig som en kastrerad katt
och lika övergödd — gäspande
medan årstiderna far fram och åter
och släpper sina urlakta
sparvar i mun på’n.

W.S. Merwin – Desejo

Por favor, um último
beijo na cozinha
antes de apagarmos as luzes

Trad.: Nelson Santander

Nota sobre o poema: Merwin escreveu este pequeno poema imediatamente após a morte de sua esposa. Como é simples o desejo… de experimentar uma vez mais essa ocorrência aparentemente comum e cotidiana. Imagino isso como uma rotina noturna, um beijo ligeiro antes de preparar a casa para dormir. Mas, neste caso, acho que este “apagarmos as luzes” é mais, muito mais do que pressionar um interruptor. Essas são as coisas, talvez as mais ínfimas das pequenas coisas, que se transformam no que queremos experimentar apenas mais uma vez depois que não é mais possível tê-las. As que fazem de nossos relacionamentos uma parte tão completa de nós e que representam o quanto toda a nossa vida é tingida com aqueles que amamos. As coisas que mal percebemos como belas e maravilhosas em sua simplicidade, mas que se acumulam em pilhas de momentos que representam tão plenamente aqueles que somos forçados a abandonar. Talvez eventualmente elas se tornem as memórias que aliviam nossa carga à medida que avançamos. Sim, acho que é assim. In: http://merwinandmerwin.blogspot.com/2018/03/a-poem-for-wednesday.html?m=1

Wish

Please one more
kiss in the kitchen
before we turn the lights off

Nuno Júdice – Carpe Diem

Confias no incerto amanhã? Entregas
às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
por que esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? “Não”, dizes, “nada me obrigará
à renúncia de mim próprio — nem esse olhar
que me oferece o leito profundo da sua imagem!”
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.

REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 06/08/2018

David Wagoner – O silêncio das estrelas

Certa noite, no deserto de Kalahari, quando
Laurens van der Post1 disse aos bosquímanos
Que não conseguia ouvir as estrelas
Cantando, eles não acreditaram. Eles o olharam,
Meio sorridentes. Examinaram seu rosto
Para ver se ele não estava brincando
Ou enganando-os. Então dois daqueles homenzinhos
Que nada plantam, que quase
Nada têm para caçar, que vivem
De quase nada e não contam com ninguém
Além deles mesmos, o levaram para longe
Da crepitante fogueira de arbustos espinhosos,
Ficaram com ele sob o céu noturno
E escutaram. Um deles sussurrou:
Você as ouve agora?
E van der Post concentrou-se, não querendo
Duvidar, mas teve que responder:
Não. Eles o acompanharam lentamente,
Como um homem doente, até o pequeno círculo
Escuro da luz da fogueira e lhe disseram
Que sentiam muito,
E ele sentiu ainda mais pena
De si mesmo e culpou seus ancestrais
Pela estranha incapacidade auditiva deles,
Que era agora sua incapacidade também. Em certas noites claras,
Quando as casas vizinhas desligam suas TVs,
Quando o tráfego diminui, quando as ruas
Estão entre as sirenes e os jatos no céu
Entre as travessias, quando o vento
Se arrasta por entre os abetos,
E a Coruja-pequena no bosque vizinho,
Entre um chirriar e outro, encara a própria escuridão,
Eu volto a olhar para as estrelas como fiz pela primeira vez
Na escola para decorar os nomes das constelações
E me lembro de minha primeira percepção de sua terrível distância,
Ainda consigo ouvir o que eu pensava
À margem do silêncio onde o interior brincava
Com as batidas do meu coração, com meu tráfego arterial,
O Dó sobre Dó Maior do meu ouvido interno, e comigo mesmo
Cantando desafinadamente, mas agora sei o que são:
Minha justa parte da música das esferas
E aglomerados de antigas estrelas,
Das canções das gargantas de velhos deuses
Que ainda cuidam das surdas criaturas
Em seus exílios no deserto.

Trad.: Nelson Santander

1. Segundo a Wikipedia, Laurens van der Post foi um renomado escritor, fazendeiro, soldado, educador, jornalista, humanitário, filósofo, explorador e conservacionista sul-africano, falecido em 1996 aos 90 anos de idade. Ele é conhecido por seu grande interesse pelos bosquímanos do Kalahari, um grupo de várias etnias indígenas de caçadores-coletores que habitam a África Austral, incluindo Botsuana, Namíbia, Angola, Zâmbia, Zimbábue e África do Sul há mais de 70 mil anos. Os versos do poema fazem referência a uma passagem supostamente verídica, descrita por van der Post em um de seus livros autobiográficos.

The Silence of the Stars

When Laurens van der Post one night
In the Kalahari Desert told the Bushmen
He couldn’t hear the stars
Singing, they didn’t believe him. They looked at him,
half-smiling. They examined his face
To see whether he was joking
Or deceiving them. Then two of those small men
Who plant nothing, who have almost
Nothing to hunt, who live
On almost nothing, and with no one
But themselves, led him away
From the crackling thorn-scrub fire
And stood with him under the night sky
And listened. One of them whispered,
Do you not hear them now?
And van der Post listened, not wanting
To disbelieve, but had to answer,
No. They walked him slowly
Like a sick man to the small dim
Circle of firelight and told him
They were terribly sorry,
And he felt even sorrier
For himself and blamed his ancestors
For their strange loss of hearing,
Which was his loss now. On some clear nights
When nearby houses have turned off their televisions,
When the traffic dwindles, when through streets
Are between sirens and the jets overhead
Are between crossings, when the wind
Is hanging fire in the fir trees,
And the long-eared owl in the neighboring grove
Between calls is regarding his own darkness,
I look at the stars again as I first did
To school myself in the names of constellations
And remember my first sense of their terrible distance,
I can still hear what I thought
At the edge of silence where the inside jokes
Of my heartbeat, my arterial traffic,
The C above high C of my inner ear, myself
Tunelessly humming, but now I know what they are:
My fair share of the music of the spheres
And clusters of ripening stars,
Of the songs from the throats of the old gods
Still tending ever tone-deaf creatures
Through their exiles in the desert.

Assionara Souza – A Mulher de Lot

Um passo atrás
Enquanto a cidade desaba
Todos correndo
Um tumulto dos diabos
O filho, a filha, o marido
A vizinha da frente — com quem o infeliz tem fornicado
Há mais de cinco anos embaixo de seu nariz
Como se ela não soubesse
Como se ela não tivesse visto de tudo nessa vida
Ele perguntando se a camisa vermelha
— Aquela com um só bolso no lado direito?
— Sim. Essa mesma.
Se a camisa vermelha não estava limpa e bem passada
E o filho indo no mesmo caminho
Tratando-a feito lixo
— A mãe não sabe pronunciar a palavra “estultícia”. Tenta, mãe!
Estúpidos todos
Até a filha, que ela tanto ensinou
Agora andava com um centurião
Um centurião!
Maior desgosto para uma mãe
E depois dessa correria toda
Quando arrumassem pouso
Adivinhem quem prepararia o jantar?
Não teve a menor dúvida
Mirou a cidade em chamas
Uma sensação incrível
Deixar de ser uma mulher de pedra
Seu corpo inteiro puro sal rebrilhando ao sol

REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 03/08/2018

Ross Gay – Obrigado

Se você se encontra seminu
e descalço na grama gelada, ouvindo,
mais uma vez, o grande e sonoro lamento da terra dizendo
que você é o ar do agora e do que se foi, dizendo
que tudo o que você ama se transformará em pó,
e o encontrará naquele lugar, não
erga seu punho. Não levante
sua voz pequena contra isto. E não
se cubra. Em vez disso, enrosque os dedos
dos pés na grama, observe a nuvem
subindo dos seus lábios. Caminhe
pelo esplendor dormente do jardim.
E diga apenas obrigado.
Obrigado.

Trad.: Nelson Santander

Thank You

If you find yourself half naked
and barefoot in the frosty grass, hearing,
again, the earth’s great, sonorous moan that says
you are the air of the now and gone, that says
all you love will turn to dust,
and will meet you there, do not
raise your fist. Do not raise
your small voice against it. And do not
take cover. Instead, curl your toes
into the grass, watch the cloud
ascending from your lips. Walk
through the garden’s dormant splendor.
Say only, thank you.
Thank you.