Então o medo era isto?
Não os ameaçadores
fantasmas do pensamento e da consciência.
Não os longos corredores de hospitais
com lâmpadas fluorescentes dia e noite.
Nem sequer o tremor de irrealidade
que permanece na alma se te recordas.
O medo, aparentemente, é calmo:
Chega quando fechas a janela
e compreendes que tudo quanto vês
é o mesmo que ontem, e será
igual amanhã e para sempre.
Trad.: Nelson Santander
REPUBLICAÇÃO, com pequenas alterações na tradução: poema publicado na página originalmente em 25/06/2018
Felipe Benítez Reyes – Una Forma de Eternidad
Pero ¿el miedo era esto?
No los amenazantes
fantasmas del pensamiento y la conciencia.
No los largos pasillos de hospitales
con tubos fluorescentes día y noche.
Ni siquiera el temblor de irrealidad
que se queda en el alma si recuerdas.
El miedo, al parecer, es sosegado:
te llega cuando cierras la ventana
y comprendes que todo cuanto miras
es lo mismo que ayer, y que lo mismo
volverá a ser mañana y para siempre.