Quarenta e dois anos atrás (para mim, se não para mais ninguém,
O número é de algum interesse), fazia uma noite brilhante e estrelada
E o expresso para o ocidente, sem cabines, ia vazio,
De modo que, saltando de um lado para outro, eu podia capturar a insólita visão
Daquelas fendas quase intoleravelmente
Brilhantes, cravadas no céu, que me fascinavam, em parte por causa
De seus nomes latinos, e em parte porque lera nos livros didáticos
O quão distantes elas estavam — parece que sua luz
As deixara (algumas ao menos) muito tempo antes de mim.
E a esta lembrança agora eu acrescento que a
Luz que deixou algumas delas naquela noite,
Quarenta e dois anos atrás, nunca chegará
A tempo para que eu a veja — e quando enfim
Aqui chegar, talvez não encontre
Mais ninguém vivo
Correndo de um lado para o outro em um trem noturno
Admirando-a e multiplicando zeros em vão.
Trad.: Nelson Santander
Star-Gazer
Forty-two years ago (to me if to no one else
The number is of some interest) it was a brilliant starry night
And the westward train was empty and had no corridors
So darting from side to side I could catch the unwonted sight
Of those almost intolerably bright
Holes, punched in the sky, which excited me partly because
Of their Latin names and partly because I had read in the textbooks
How very far off they were, it seemed their light
Had left them (some at least) long years before I was.
And this remembering now I mark that what
Light was leaving some of them at least then,
Forty-two years ago, will never arrive
In time for me to catch it, which light when
It does get here may find that there is not
Anyone left alive
To run from side to side in a late night train
Admiring it and adding noughts in vain.
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