Mary Ruefle – Meu amigo moribundo

Eu visitava um amigo moribundo no hospital e passei por um quarto cheia de bebês que ainda não tinham recebido nomes. Todos estavam alinhados em uma fileira, como projetos científicos. Aqueles que tinham nomes ganharam uma pulseira e foram levados embora. Mas os que ficaram eram bastante interessantes, a julgar pela tristeza já evidente em seus traços. Como devo te chamar, pequeno cordeiro deitado aqui nesse leito de algodão? Detive uma pessoa de uniforme que estava familiarizada com eles: “Volte amanhã”, ela disse, “todos já terão partido”.

Trad.: Nelson Santander

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My Dying Friend

I was visiting a dying friend in the hospital and passed by a room full of babies who had not yet been given names. They were all lined up in a row, like science projects. Those with names had won a bracelet and been taken away. But those who remained were quite interesting, judging by the sadness already evident in their features. What do I call thee, little lamb lying here on a bed of cotton? I stopped someone in a uniform who was familiar with them. “Come back tomorrow,” she said, “they will all be gone”.

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