Linda Pastan – Metrô

Às vezes à noite
me ponho para dormir
com os nomes
das estações de metrô
entre a 125th
e Fordham Road: 134th…
145th… 161st…
O túnel se desenrola
para trás
sob ruas em ruínas
rumo a um quarto
onde minha mãe se senta
fazendo a mediação
entre minha necessidade
e o silêncio
do meu pai.
A infância é um frio
conforto.
O metrô ruge
e sacode – a besta
da memória – sobre
seus trilhos traiçoeiros:
167th… 174th…
e eu me agarro
ao ciclo
de números
como se tivesse um compromisso
a cumprir,
como se minha mãe
e meu pai não estivessem
em outro lugar
no subsolo,
já adormecidos.

Trad.: Nelson Santander

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Subway

Sometimes at night
I put myself
to sleep
with the names
of subway stops
between 125th
and Fordham Road: 134th…
145th… 161st…
The tunnel unwinds
backwards
under ruined streets
towards a room
where my mother sits
and mediates
between my need
and my father’s
silence.
Childhood is cold
comfort.
The subway roars
and shakes – memory’s
beast – over
its slippery tracks:
167th… 174th…
and I cling
to the loop
of numbers
as if I had an appointment
to keep,
as if my mother
and father were not
somewhere else
underground,
already asleep.

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