Alison Luterman – Eu admito

Eu a segui
no mercado; sua coroa
de tranças de neve presa por um grande grampo de prata,
seu porte ereto, irradiando ternura,
a maneira como ela colocava iogurte e abacates em sua cesta,
irradiando paz como a Estrela Polar.
Eu desejei perguntar: “Em que prateleira você encontrou
sua serenidade? Você sabe
como manter um casamento de cinquenta anos, ou como viver sozinha,
desculpe-me por interromper, mas você parece possuir
algum conhecimento que faz a terra girar em seu eixo e queimar”.
Mas hoje em dia não fazemos tais perguntas
a estranhos. Então eu disse: “Eu amo o seu cabelo”.

Trad.: Nelson Santander

I Confess

I stalked her
in the grocery store; her crown
of snowy braids held in place by a great silver clip
her erect bearing, radiating tenderness,
the way she placed yogurt and avocadoes in her basket,
beaming peace like the North Star.
I wanted to ask, “What aisle did you find
your serenity, do you know
how to be married for fifty years, or how to live alone,
excuse me for interrupting, but you seem to possess
some knowledge that makes the earth burn and turn on its axis.”
But we don’t request such things from strangers
nowadays. So I said, “I love your hair.”

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