Eu retornei. A morte imensa,
tão imensa que não tocava
mais os seus limites,
os feudos. E eu, aos poucos,
fui vencendo, fui
desembaraçando seus cordames,
o mortal peso, a superfície
desamparada e vasta como se
num escafandro viesse lentamente
ao som das águas e fosse
uma cítara tangida entre
duas espigas de penumbra
e um rosal de clara água.
Fosse, fosse a mão
escapando da manga,
o braço do casaco
e os gestos no suave
bandolim da alma,
cavoucando a terra água,
a fera terra água
e agarrasse as aspas
e este touro na braçada
rolasse e sacudia fora
esta parte da morte.
E é como face a face
dei com a aurora.
Carlos Nejar – José Mora