William Carlos Williams – As Árvores de Botticelli

O alfabeto das
árvores

se esfuma no
canto das folhas

os entre-
laços de finas

letras que soletram
inverno

e o frio
são iluminados

em
apontos de verde

por chuva e sol –
Os princípios

simples estritos de
justos ramos

são tangidos
por beliscões

afãs de cor, devotas
condições

os sorrisos de amor –
…………….

até que as despidas
sentenças

movam-se como pernas de
mulher sob as vestes

e louvem do ágil
sigilo em desejo

o assomo do amor
no verão

No verão o canto
encanta-se

além das palavras murcha-
das –

Trad.: Iumna Maria Simon e

Luiz Antonio de Figueiredo

William Carlos Williams – O Vento Aumenta

A saqueada
terra está varrida
As árvores
o brilho da tulipa
desponta
dobram-se e
dançam –
Desata teu amor
para fluir
Florir!
Bom Cristo o que é
um poeta – se algum
existe?
um homem
cujas palavras irão
morder
sua trilha
de retorno – ser atual
tendo a forma.
do movimento
Em cada ramo-em-ponta
novo
no torturado
corpo da mente
roendo
a terra
uma trilha
rumo à extrema
/folha-em-ponta

Trad.: Iumna Maria Simon e
Luiz Antônio de Figueiredo