Louise Bogan – Canção

Ama-me porque estou perdida;
Ama-me em minha ruína.
Isso é coragem, — nenhum homem,
Nem um sequer almejou tal sina.

Sê forte, olha para o meu coração
Como outros olham meu semblante.
Ama-me — digo-te: ali é um lugar
Terrível e decadente.

Trad.: Nelson Santander

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Song

Love me because I am lost;
Love me that I am undone.
That is brave,—no man has wished it,
Not one.

Be strong, to look on my heart
As others look on my face.
Love me,—I tell you that it is a ravaged
Terrible place.

Louise Bogan – Noite

As ilhas frias e remotas
E os estuários azuis
Onde o que respira, respira
O vento incessante das enseadas,
E o que bebe, bebe
A maré que chega;

Onde concha e alga
Aguardam o banho salino do mar,
E as límpidas noites de estrelas
Balançam suas luzes para o oeste
E se escondem atrás da terra;
Onde a pulsação agarrada às rochas
Se renova eternamente;

Onde, novamente em noites sem nuvens,
A água reflete
O ocaso parcial do firmamento;

— Oh, lembre-se
Em suas horas escuras que se estreitam
Que mais coisas se movem
Do que o sangue no coração.

Trad.: Nelson Santander

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Night

The cold remote islands
And the blue estuaries
Where what breathes, breathes
The restless wind of the inlets,
And what drinks, drinks
The incoming tide;

Where shell and weed
Wait upon the salt wash of the sea,
And the clear nights of stars
Swing their lights westward
To set behind the land;
Where the pulse clinging to the rocks
Renews itself forever;

Where, again on cloudless nights,
The water reflects
The firmament’s partial setting;

—O remember
In your narrowing dark hours
That more things move
Than blood in the heart.