Kathy Fagan – Minha mãe

Minha mãe

não é um fantasma. Ela não me visita nem me assombra.
Gostaria de sonhar com ela, mas não sonho.

Em vez disso, ela me deixa coisas: um colar de contas
verdes de Mardi Gras no estacionamento,

uma moeda Mizpah dourada, uma mandala brilhante
que se perdeu de seu brinco. Coisas que uma pega pegaria

eu pego, sabendo inquestionavelmente
que são presentes dela; a alquimia, toda minha,

como se fôssemos meninas no shopping,
nos cobrindo de bijuterias baratas,

dizendo: Isso ficou lindo em você!
Nossos rostos em tão radiante harmonia

entre os metais espelhados que eu
já não sei qual de nós está viva.

Trad.: Nelson Santander

My Mother

is not a ghost. She doesn’t visit or haunt me.
I’d like to dream of her but do not.

Instead she leaves me things: a string of green
Mardi Gras beads in the parking lot,

a goldtone Mizpah coin, a shiny mandala
freed of its earring. Things a magpie might pick

up, I pick up, knowing unquestionably
they are gifts from her, the alchemy all mine,

as if we were girls together at the mall,
festooning ourselves in jewelry, the kind that’s 2

for 5, saying, That looks so good on you!
Our faces in such bright agreement

among the reflective metals, I
can no longer tell which one of us is alive.