Colette Bryce – Versão Inicial

Nosso embarcação tardou a alcançar Betsaida; os ventos nos oprimiam,
rápidos e gelados, e nossas mãos estavam cheias de bolhas dos remos.
Tínhamos esgotado nosso estoque de canções e gracejos, com quilômetros
ainda por percorrer, quando Jesus falou:

disse que estava agachado na praia, sozinho, em
uma prece silenciosa, quando, ao olhar para baixo, se surpreendeu –
viu sua própria imagem ali agachada. E ao se inclinar
e tocar a água,

jurou ter sentido os dedos se tocarem, e ao erguer-se
a imagem se levantou e, lentamente, cada um avançou um pé
e deu um passo, e onde se encontraram, o peso de um
anulou o do outro;

depois, ele atravessou o lago, caminhou sobre as solas
de seu eu líquido, descrevendo o frescor que sentia
em seus pés cansados e empoeirados; como seguiu um curso
constante para embarcar no bote

onde estávamos agora – hipnotizados. Ele gesticulou
em direção à margem, ao longo do lago, depois para si mesmo,
e pediu a todos que visualizássemos, que abríssemos o que ele sempre
chamara de nossas ‘mentes aprisionadas’.

Trad.: Nelson Santander

Mais do que uma leitura, uma experiência. Clique, compre e contribua para manter a poesia viva em nosso blog

Early Version

Our boat was slow to reach Bethsaida; winds oppressed us,
fast and cold, our hands were blistered from the oars.
We’d done to death our songs and jokes, with miles
to go, when Jesus spoke:

he said he’d crouched upon the shore, alone, engaged
in silent prayer, when, looking down, he started –
saw his own image crouching there. And when he leant
and dipped his hand

he swore he felt the fingers touch, and as he rose
the image stood and, slowly, each put out a foot
and took a step, and where they met, the weight of one
annulled the other;

then how he’d moved across the lake, walked on the soles
of his liquid self, and he described how cool it felt
on his aching, dusty feet; the way he’d strode a steady
course to board the boat

where we now sat – mesmerized. He gestured out
towards the shore, along the lake, then to himself,
and asked us all to visualize, to open what he always
called our ‘fettered minds’.