Robinson Jeffers – Sem Título

​Isto quase anula meu medo de morrer, meu amor falou,
Quando eu penso em cremação.
Apodrecer na terra
É um fim abominável, mas arder em
chamas — além disso, estou habituada,
Eu ardi com amor ou fúria tanto
em minha vida,
Não à toa meu corpo está cansado, não à toa está morrendo.
Nós fomos felizes com meu corpo.
Espalhe as cinzas.

Trad.: André Caramuru

Robinson Jeffers – The Inhumanist (Parte II de “The Double Axe”) (excerto)

Chegará um tempo, sem dúvida,
Em que também o sol morrerá; os planetas congelarão
e o ar sobre eles; gases congelados, com flocos de ar
Serão a poeira: que nenhum vento jamais bulirá:
essa poeira mesma a cintilar à luz baixa dos astros
É o vento morto, o corpo branco do vento.

Também a galáxia morrerá; o brilho da Via Láctea,
nosso universo, todos os astros que têm nomes estão mortos.
Vasta é a noite. Cresceste tanto, querida noite,
andando por teus salões vazios, tão alta!