Tony Connor – Na Alameda dos Carvalhos

Velha e sozinha, à noite ela adormece
sentada diante da televisão.
A casa está quieta agora. Ela tece,
ergue-se para ferver a infusão,

assiste a um cowboy ser assassinado,
lê na gazeta quem nasceu ou morreu,
dorme em ‘Mísseis nucleares estocados’.
Um mundo que um mal pior prometeu

some. Sonha com uma vida passada
na mesma casa: de novo o sofrimento,
pobreza, doença, a sorte negada,
a morte de um filho, o derretimento

do cérebro de um irmão que enlouqueceu.
Setenta anos de aflições; a chaleira
chia. À meia-noite, ela ora, servil,
tira a dentadura e junta suas tranqueiras.

Trad.: Nelson Santander

Mais do que uma leitura, uma experiência. Clique, compre e contribua para manter a poesia viva em nosso blog

In Oak Terrace

Old and alone, she sits at nights
nodding before the television.
The house is quiet now. She knits,
rises to put the kettle on,

watches a cowboy’s killing, reads
the local Births and Deaths, and falls
asleep at ‘Growing stockpiles of war-heads’.
A world that threatens worse ills

fades. She dreams of a life spent
in the one house: suffers again
poverty, sickness, abandonment,
a child’s death, a brother’s brain

melting to madness. Seventy years
of common trouble; the kettle sings.
At midnight she says her silly prayers,
and takes her teeth out, and collects her night-things.

Deixe um comentário