Os notívagos arrastam contágio
Pelos longos corredores.
Fitando o barco postal de Dublin,
Eles imaginam as bandeiras do Titanic,
Ou sua flotilha fantasmagórica,
Deslizando para dar forma
Ao naufrágio do meridiano de Greenwich.
Por mais que o mundo opere de forma confiante,
Os dias se confundem aqui,
O crepúsculo funde-se à fosforescência desbotada,
Torneiras imitam cachoeiras sem nomes,
E, no canto do quarto,
Perto da sala de desinfecção acortinada,
Algo luminoso evolui,
Nosso leitor de cardápio tropeça nas palavras,
Meu velho amigo é auxiliado a descer
Para a ala de transplantes,
E um a um nos despedimos
Com um aceno de cabeça e um sorriso.
Trad.: Nelson Santander
St Charles Ward
The nightwalkers drag contagion
Down the long corridors.
Staring at Dublin’s mailboat
They imagine the flags of the Titanic,
Or its ghostly flotilla,
Gliding out to formulize
The wreck of the Greenwich meridian.
However confident the world works,
Days blur here,
Twilight fuses the bleached phosphorescence,
Taps mimic the unnamed waterfalls,
And in the corner of the room,
Near the curtained sluice alcove
Something bright evolves,
Our menu reader slurs his lines,
My old friend is helped down
To the transplant ward,
And one by one we sign off
With a nod and a smile.