Jeannie Prinsen – Ao encontrar uma pedra para colocar no caixão do pai

Na manhã do funeral, você dirige
até a fazenda. Melhor não incomodar

os novos donos, além disso a pista
está enlameada e esburacada, então você

sai da estrada, abre as portas,
e examina o chão cheio de poças.

Talvez a pedra certa se ofereça,
voluntarie-se para prestar um tributo

e voltar humildemente para debaixo da terra,
como ele está prestes a fazer. Mas

não, está tudo silencioso, só se ouve
o suave e sinuoso lamento da chuva.

O tempo se esvai, como sempre,
então você escolhe uma, pequena o suficiente

para o propósito. Você jamais pensou
que colocaria uma parte de seu lar,

de seu coração, em uma caixa forrada
de veludo, que ela tingiria

seus dedos de vermelho-ferrugem, pesaria quase
nada, significaria quase tudo.

Trad.: Nelson Santander

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On finding a stone to put in your father’s casket

Morning of the funeral, you drive out
to the farm. Best not to disturb

the new owners, also the lane
is muddy and rutted, so you pull in

off the road, open the doors,
scan the puddled ground.

Maybe the right stone will offer
itself, volunteer to stand tribute

and go humbly back under the earth
as he is about to do. But

no, all is quiet, just the soft
slant weeping of rain.

Time slips away, as it does,
so you pick one, small enough

for the purpose. Did you ever think
you’d place a piece of home,

of your heart, in a velvet-lined
drawer, that it would stain

your fingers rust-red, weigh nearly
nothing, mean almost everything.

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