A maioria de nós jamais foi concebida.
Muitos de nós nunca nascemos —
sobrevivemos em um mar solitário por horas,
semanas, com membros extras ou ausentes,
ou segurando nos braços nossa pobre segunda cabeça,
que brota de nosso peito. E muitos de nós,
frutos do mar em seu caule, sonhando com algas
e búzios, somos eliminados em nossos primeiros meses.
E alguns que nascem, vivem apenas por minutos,
outros, por dois, três ou quatro verões,
e quando partem, tudo
se vai — a terra, o firmamento —
e o amor permanece, onde nada há, e busca.
Trad.: Nelson Santander
Everything
Most of us are never conceived.
Many of us are never born —
we live in a private ocean for hours,
weeks, with our extra or missing limbs,
or holding our poor second head,
growing from our chest, in our arms. And many of us,
sea-fruit on its stem, dreaming kelp
and whelk, are culled in our early months.
And some who are born live only for minutes,
others for two, or for three, summers,
or four, and when they go, everything
goes — the earth, the firmament —
and love stays, where nothing is, and seeks.
1 Comentário