Sophia de Mello Breyner Andresen – Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

REPUBLICAÇÃO: poema publicado na página originalmente em 05/07/2019

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1 Comentário

  1. Avatar de venturalena venturalena disse:

    É a ordem natural da vida; uns vão, outros vêm…Mas é importante deixar algo de marcante durante a passagem.

    O jardim será o mesmo, mas provavelmente terá histórias para contar…

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