Maya C. Popa – O que não foi dito

Com que frequência, dirigindo por aquelas estradas,
receávamos não bater em algo,
as cabras pelas quais passamos naquela manhã
pastoreadas àquela hora para que os chacais
não as matassem mais rapidamente,
a gema vermelha rompendo sobre os picos
enquanto corríamos contra a luz, descendo a montanha?

Apenas uma vez um javali irrompeu do bosque
como uma pergunta rapidamente retirada.
Depois ficamos sozinhos outra vez com tudo
o que não dissemos, os parques eólicos girando
suas grandes pás através do nada,
de um lugar longe demais para ser ouvido.

Trad.: Nelson Santander

What’s Unsaid

How often driving down those roads
we hoped we wouldn’t hit something,
the goats we’d passed that morning
herded by that hour so the jackals
wouldn’t make quick work of them,
red yolk rupturing over peaks
as we raced the light down the mountain.

Only once did a boar burst out of the woods
like a question just as soon retracted.
Then we were alone again with everything
we didn’t say, the wind farms winding
their great arms through nothing,
turning from a place too far to hear.

Deixe um comentário