Paulo Henriques Britto – Plaudite, amici

Seria muito bom saber sair de cena
sem fazer cenas, sem roubar a cena, sem
atropelar sequer um figurante. Pena
que nessas horas se improvisa, e que ninguém

respeita nada quando foge do roteiro.
Mesmo os maiores canastrões têm seu momento
de glória, de prima-donismo o mais rasteiro
e o mais justificável. Pois na vida há tempo

mesmo pras coisas mais ridículas, vexames
impensáveis, mas perfeitamente visíveis,
derramamentos nem um pouco cabralinos

mas necessários. (Quem não gostar, que reclame
a seu deus predileto – ex machina, inclusive –
um fim de comédia um pouco menos indigno.)

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