Duas meninas descobrem
o segredo da vida
no inesperado verso
de um poema.
Eu, que não conheço o
segredo, escrevi
esse verso. Elas me
disseram
(por um terceiro)
que o tinham achado
mas não qual era ele
nem sequer
qual o verso. É claro que
agora, uma semana
depois, já esqueceram
o segredo,
o verso e o nome do
poema. Eu as amo
por terem encontrado
o que nunca encontrei,
e por me amarem, a mim
que escrevi o verso,
e por já o terem esquecido,
de modo que,
mil vezes, até que a morte
as alcance, elas podem
tornar a descobri-lo, em outros
versos,
em outros
fatos. E as amo por
desejarem conhecê-lo,
por
presumirem que existe
tal segredo, sim,
por isso
sobretudo.
Trad.: Carlito Azevedo (?)