Instalar armadilhas e esperar pelas lebres astutas,
Lançar uma linha à água e espreitar os peixes,
Talvez acalme a boca e a barriga,
Mas não é esse o sentido da vida do eremita.
Eu amo a tranquilidade,
Alimento-me de legumes para me desembaraçar das paixões terrenas
Doravante, como tu livre e indiferente
Lamento aqueles que comem nas tabernas.
Moro no sopé da montanha
Movimento e repouso alternam naturalmente
Passeio junto das aves sem as incomodar
Gosto de todos os animais que encontro.
Nuvens coloridas são a minha companhia
Para habitar tenho o vazio imaculado
Porque teria então necessidade do teu convite?
(cerca de 701-761)
Versão: Manuel Silva-Terra