Catulo – Vivamus, mea Lésbia, ataque amemus

Vivamos minha Lésbia, e amemos,
e as graves vozes velhas
– todas –
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.

Trad.: Haroldo de Campos

REPUBLICAÇÃO: poema originalmente publicado na página em 18/02/2016

Catulo – poema XLVI de “Carmina”

XLVI

Já a Primavera traz ameno calor sem réstia de frio,
já a sanha equinocial do céu
aos sopros prazenteiros de Zéfiro cede lugar.
Que fiquem para trás, Catulo, os campos da Frígia
e da tórrida Niceia a terra fértil.
Até às ilustres cidades da Ásia voemos!
Já meu pensamento impaciente anseia por vaguear,
já meus pés, animados com zelo, se revigoram.
O doces reuniões de companheiros, adeus!
Tendo vindo pela mesma estrada até tão longe de casa,
são várias e diferentes as que restituem ao lar.

Trad.: João Pedro Moreira e André Simões

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Catulo – Vivamus, mea Lésbia, ataque amemus

Vivamos minha Lésbia, e amemos,
e as graves vozes velhas
– todas –
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.

  Trad.: Haroldo de Campos