O ano de 2021 foi marcado pelo recrudescimento da pandemia no início do ano, o avanço da vacinação pelo país a partir de abril, pelo declínio do número de casos e mortes causados pela doença à medida em que um número maior de pessoas foram sendo vacinadas e o surgimento de uma nova variante do coronavírus muito mais transmissível que suas versões anteriores – uma espécie de Delta 3.0 Sport Turbo. E, como em 2020, termina com um presidente aloprado fazendo de tudo para impedir o avanço da vacinação – desta vez em crianças.
Na política, a sensação é a de que há mais de três anos estamos vivendo dentro do filme “O Feitiço do Tempo”, mas em uma versão terror, dirigida pelo James Wan. Foi o ano em que assistimos as instituições – salvo honrosas exceções – serem definitivamente aparelhadas e utilizadas para fins não republicanos por quem nos governa, o ano dos orçamentos secretos do Lira, dos tratoraços do Centrão, da tentativa de golpe militar em pleno 7 de setembro, etc.
E foi também o ano em que vimos a economia ir à breca e a fome – problema que julgávamos definitivamente debelado – voltar a assolar o país (no momento em que escrevo, quase 50 milhões de brasileiros encontram-se em situação de insegurança alimentar moderada ou grave).
Diante de tanta notícia ruim, cabe-nos, parafraseando Hölderlin, perguntar: e por que poesia em tempos de tanta carência?
Como em quase tudo na minha vida – da qual sou um expectador curioso, mas relativamente impotente diante de seu fluxo incessante -, eu não tenho a resposta. Nem pretendo te-las. Apenas desconfio que tem muito a ver com aquilo que o filósofo norte-americano Richard Rorty disse em O fogo da vida, seu último artigo escrito e publicado antes de morrer (e cuja leitura completa eu recomendo enfaticamente):
“(…) Como quer que tenha sido, agora gostaria de ter passado mais tempo da minha vida com os versos. Não porque tema ter perdido verdades que são incapazes de serem enunciadas em prosa. Não existem tais verdades; não existe nada sobre a morte que Swinburne e Landor soubessem, mas que Epicuro e Heidegger fracassaram em descobrir. Ao contrário, é porque teria vivido mais plenamente se tivesse sido capaz de recitar mais velhas estrofes – da mesma forma que também teria se tivesse feito mais amigos íntimos. Culturas com vocabulários mais ricos são mais plenamente humanas – mais distantes das bestas – do que aquelas com vocabulários mais pobres; homens e mulheres individualmente são mais plenamente humanos quando suas memórias estão amplamente repletas de versos.”
Acho que é mais ou menos por aí: a poesia nos torna mais humanos, mais humildes, mais compreensivos, mais empáticos. Não que o poema seja sempre uma mensagem de solidariedade e amor, edulcorado por belas palavras. Não. O poema às vezes é duro, agressivo, triste, amargamente verdadeiro. Mas, embora o poeta possa ser um fingidor, como nos adverte Pessoa, o poema raramente é dissimulado. O bom poema, nunca.
Tendo essas verdades relativas como norte, fiz, com base em minhas predileções pessoais (todas as listas não o são?), uma relação daqueles poemas que considero os melhores publicados no blog nesse interminável ano de 2021, ordenados pelo mês de publicação.
Feliz ano novo e que venha 2022!, interminável ou não…
1. Maya Angelou – Uma verdade corajosa e surpreendente
Nós, este povo, em um pequeno e solitário planeta
Viajando através do espaço acidental
Passando por estrelas distantes, cruzando o caminho de indiferentes sóis
Para um destino onde todos os sinais nos advertem que
É possível e imperativo que aprendamos
Uma verdade corajosa e surpreendente!
2. Eavan Boland – O barógrafo
Encontrei-o no cais,
um retângulo de madeira,
um barógrafo, a pena de sua haste rabiscando o papel.
3. Anna Belle Kaufman – Frio conforto
Quando minha mãe morreu,
um dos seus bolos de mel permaneceu no freezer.
Eu não poderia suportar o seu desaparecimento,
então, abandonado, ele esperou
em sua caverna de gelo atrás das bandejas de metal
por mais dois anos.
4. Wendell Berry – O desejo de ser generoso
Tudo a que sirvo morrerá, todos os meus deleites,
a carne acesa de minha carne, jardim e campo,
os lírios silenciosos que se encontram na floresta,
as florestas, a colina, a terra toda, tudo
arderá na maldade humana, ou encolherá
na própria velhice.
5. Una Mannion – Sepultado agachado
Eles deslocam a terra com pequenas espátulas e pincéis e
por toda a semana as focas entoam um refrão desolado como se fosse para você.
Primeiro, o pé de uma pequena criança,
movimentos lentos do pincel em seus ossinhos,
sua forma na vala ganhando definição, um lento nascimento
no canto do campo à beira da água.
6. Lisel Mueller – Imortalidade
No castelo da Bela Adormecida
o relógio bate cem anos
e a garota na torre volta ao mundo.
O mesmo ocorre com os criados na cozinha,
que nem sequer esfregam os olhos.
7. Ellen Bass – O panorama geral
Eu tento ver o panorama geral.
O sol, língua ardente
que nos lambe como uma mãe encantada
por sua nova cria, se consumirá.
Tudo é transitório.
8. X. J. Kennedy – O objetivo do tempo é evitar que tudo aconteça de uma só vez
Imagine que sua vida seja um telescópio dobrado
Atemporal, que desmoronou num piscar de olhos
Do ventre de sua mãe, você, berrando, cai
Em uma casa de repousos. Imagine que você destrói
Seu carro, seu casamento — uma criança devastando
Um campo de margaridas, estudante, adolescente espinhento
Com a amada, fechando às pressas o zíper das calças
Ao ouvir os passos de seus pais no andar de baixo — tudo de uma vez.
9. Joan Margarit – Manhã no cemitério de Montjuïc
Fui à montanha dos túmulos:
lá cheguei cruzando o ermo
da Can Tunis, coberto de seringas
e de plásticos pardacentos, onde tremem, errantes,
as estátuas de trapo dos drogados.
10. Edward Field – Máscara mortuária
No espelho, agora,
o que vejo
me lembra
que eu não estarei aqui para sempre.
Não me sinto nada
como aquela cara.
Por dentro, protesto,
eu sou completamente diferente.
11. Antonio Carlos Secchin – [Não, não era ainda a era da passagem]
Não, não era ainda a era da passagem
do nada ao nada, e do nada ao seu restante.
12. Linda Pastan – Chove sobre a casa de Anne Frank
Chove sobre a casa
de Anne Frank
e sobre os turistas
amontoados sob a sombra
de seus guarda-chuvas,
sobre os perfeitamente silenciosos
turistas que prefeririam estar
em outro lugar
13. Robert Morgan – Outono branco
Ela sempre gostou de ler, inclusive
na infância, durante a Guerra da Secessão,
e depois desenvolveu o hábito de ficar acordada
junto ao lampião perto da lareira depois que,
concluída a faxina, o marido e os filhos iam dormir.
14. Mary Oliver – Quando estou entre as árvores
Quando estou entre as árvores,
especialmente entre os salgueiros e os espinheiros-da-virgínia,
mas também entre as faias, os carvalhos e os pinheiros,
elas emitem tantos sinais de alegria.
15. Donald Hall – Últimos dias
“Era razoável
esperar.” Então ele escreveu. No dia seguinte,
em um consultório,
a hematologista de Jane, Letha Mills, sentou-se,
tensa, sua secretária
em pé, de costas para a porta.
“Trago péssimas notícias,”
disse Letha. “A leucemia voltou.
Não há nada a fazer.”
16. Louise Glück – Acalanto
Minha mãe é especialista em uma coisa:
enviar pessoas que ela ama para o outro mundo.
Os pequeninos, os bebês — estes
ela embala, sussurrando ou cantando baixinho. Não posso dizer
o que ela fez pelo meu pai;
o que quer que tenha sido, tenho certeza de que foi o certo.
17. Warsan Shire – para mulheres que são ‘difíceis’ de amar
Você é um corcel correndo sozinha
e ele tenta doma-la
compara você a uma autoestrada impossível
para uma casa em chamas
diz que você o está cegando
que ele nunca poderia deixar você
18. Louise Glück – Santas
Em nossa família, havia duas santas,
minha tia e minha avó.
Mas suas vidas foram diferentes.
19. Mary Oliver – Canção dos construtores
Em uma manhã de verão
sentei-me
em uma encosta
para pensar em Deus—
20. Adrienne Rich – Fotografias do Hubble: Após Sappho
Deve ser a visão mais desejada de todas
a pessoa com quem você espera viver e morrer
entrando numa sala, voltando-se para olhar para você, vis-à-vis
Deveria haver ainda algo
mais desejável:
21. Edward Field – Ícaro
Apenas as penas flutuando ao redor do chapéu
Mostravam que algo mais espetacular havia ocorrido
Além do afogamento habitual. A polícia preferiu ignorar
Os aspectos confusos do caso
E as testemunhas correram para uma guerra de gangues.
22. Lynn Ungar – Pandemia
E se pensasses nisso
da mesma forma que os judeus consideram o Sabbath —
o mais sagrado dos tempos?
22. Lisel Mueller – Românticos
Os biógrafos modernos se preocupam
em “o quão longe” foi sua terna amizade.
Eles se perguntam o que exatamente significa
quando ele escreve que pensa nela constantemente,
seu anjo da guarda, amada amiga.
23. R S Thomas – Charneca
É bela e calma; o ar rarefeito como o interior de uma catedral esperando uma presença.
24. Jane Hirshfield – Hoje, outro universo
O arborista determinou:
senescência pragas cancro
acelerado pela seca
mas, em qualquer caso,
não podável não tratável não passível de escoras.
25. Barbara Crooker – No meio
(No meio) de uma vida que é tão complicada quanto a de todo mundo,
batalhando por equilíbrio, equilibrando o tempo.
26. Gastão Cruz – Pedro Hestnes
Agradeço muito por ela ter respeitado o meu nível e me mantido motivada. Ela lidou muito bem com meu corpo já não tão jovem e fora de forma. Não poderia querer uma instrutora melhor.
27. Denver Butson – Meu irmão
Para escapar das dores de cabeça e aos medos de uma esposa infiel
meu irmão em perpétua reabilitação usuário de drogas
maquinista encrenqueiro preso aos 14 por incêndio premeditado
e encarcerado por algumas semanas (...)
28. Ursula K. Le Guin – Como me parece
No vasto abismo antes do tempo, o eu
não existe, e a alma se mistura
com a névoa, a rocha e a luz.
29. Pattiann Rogers – Perspectiva de alcance
Lá em cima, longe desta estrada,
Longe das partículas de geada
Que revestem a casca de cada gravanço,
E do rijo inseto arqueiro em seu avanço (...)
30. Daniel Filipe – A invenção do amor
Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e
detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa
esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor
31. Joan Margarit – Arcadi Volodos: Sonata D894
É uma música modesta
como um jantar na cozinha,
hospitaleira como ter tido filhos.
Compadece-se do corpo
que a maré arrasta
à praia invernal de cada um.
32. Jorge Valdés Díaz-Vélez – Matzhevá
Em um livro do meu pai, leio
a frase: «A ti, que me lês».
É o título de uma elegia
escrita há dois séculos, ou um sopro
de solitude que se elevou
ao leitor imaginário de
fora dos círculos do tempo.
33. Stephen Dunn – O não dito
Uma noite, ambos precisaram de coisas diferentes
do mesmo tipo; ela, de consolo; ele, ser consolado.
34. Jennifer Maier – Uma história verdadeira
Um homem idoso estava morrendo em um hospital, contou-me um amigo médico. Estava com oitenta e nove anos, e a vida toda fora um alfaiate em uma loja embaixo do quarto onde nasceu.
35. Natalie Diaz – Meu irmão às 3 da manhã
Ele se sentou de pernas cruzadas, chorando nos degraus,
quando mamãe destrancou e abriu a porta da frente.
Meu Deus, ele disse. Meu Deus.
Ele quer me matar, mamãe.
36. Dorianne Laux – Histórias de família
Tive um namorado que me contava histórias sobre sua família,
como a de certa vez em que uma discussão terminou quando seu pai
agarrou um pedaço aceso de um bolo de aniversário com ambas as mãos
e o arremessou pela janela do segundo andar.
37. Sara Teasdale – Chuvas suaves chegarão
Chuvas suaves chegarão e o cheiro de chão, E andorinhas revoando, seus rútilos sons;
38. Linda Pastan – Elegia
Nosso último corniso inclina-se sobre o solo da floresta oferecendo frutos aos pássaros, aos esquilos.
39. Denise Levertov – Conversando com a dor
Ah, dor, eu não deveria trata-la
como um cão vira-latas
que vem à porta dos fundos
por uma migalha, por um osso descarnado.
Eu deveria confiar em você.
40. Joseph Stroud – Nós
Tentando amarrar meus sapatos, desajeitado, incapaz de descobrir
a lógica disso, atrapalhado, enquanto meu pai fica ali,
sua raiva crescendo por um filho que não consegue fazer nem
essa coisa mais simples pela primeira vez, não consegue nem mesmo
dar o nó para manter seus sapatos nos pés
41. Mark Wunderlich – O Deus do Nada
Meu pai caiu do barco.
Seu equilíbrio já era precário há algum tempo.
Ele havia saído de barco com seu cachorro para
caçar patos em um pântano perto de Trempealeau, Wisconsin.
42. Ellen Bass – O importante é
amar a vida, ama-la mesmo
quando você não tem estômago para isso
e tudo o que você guardou afetuosamente
se desfaz feito papel queimado em suas mãos,
sua garganta repleta desse lodo.
43. Barbara Crooker – Vida comum
Este foi um dia em que nada aconteceu,
as crianças foram para a escola
sem esquecer de seus livros, lanches, luvas.
44. Czesław Miłosz – Elegia para N. N.
Diga-me se é muito longe para você.
Você poderia vir sobre as ondas mansas do Báltico
passando pelos campos da Dinamarca, atravessando um bosque de faias,
poderia se voltar para o oceano, e de lá, logo estaria em
Labrador, branca nesta época do ano.
45. Robinson Jeffers – Carmel Point
A extraordinária paciência das coisas!
Este belo lugar desfigurado por uma safra de casas suburbanas —
Quão belo quando o vimos pela primeira vez,
Um campo intacto de papoulas e tremoceiros cercado por límpidas falésias; (...)
46. Eiléan Ní Chuilleanáin – Bessboro
Isso é o que eu herdei —
Nunca foi minha própria vida,
Mas o nome de uma casa que ouvi
E outras ouviram como uma advertência
Do que poderia acontecer a uma menina
Atrevida e apanhada pela má-sorte:
Um fragmento de um destino
Desolador, uma nota-marreta de medo —
47. Marilyn Nelson – Mais rápido que a luz
Eu não queria pagar para estacionar meu carro,
por isso peguei um táxi para a estação ferroviária.
New London fica a uma hora de carro,
mas aquela foi a melhor solução que pude encontrar.
48. Charles Simic – Igreja de madeira
É só uma choupana fechada com uma torre
Sob o céu de um verão escaldante
Em uma estrada secundária percorrida raramente
Onde as sombras de árvores grandes
Roçam-se tranquilamente como forcas enfileiradas,
E corvos privados de carniça
Grasnam uns com os outros sobre dias melhores.
49. Ada Limón – Mar aberto
Não adianta enganar e tramar e perder
os outros fantasmas, empurrar o sepultado mais fundo
no lodo arenoso, na lama ribeirinha, pois mesmo assim você vem,
minha fiel, o som de um corpo tão persistente
na água que eu não sei dizer se é uma onda ou você
movendo-se através das ondas.
50. Stephen Dobyns – Percepções
O terrível desequilíbrio que ocorre com a idade quando você de repente vê que, de suas amizades, mais morreram do que restaram vivos.
51. W. S. Merwin – Juventude
Durante toda a juventude estive procurando por você sem saber o que eu procurava ou de como chama-la acho que eu nem mesmo sabia o que estava procurando como poderia reconhece-la quando a visse
52. Jane Kenyon – A pera
Há um momento na meia idade
em que você fica entediado, irritado
por sua mente medíocre, assustado.
53. Eavan Boland – E alma
Minha mãe morreu em um verão —
o mais úmido nos registros do Estado.
Safras apodreciam no oeste.
54. Francisco Brines – Últimos dias
Na herdade ele confina a memória
e o corpo que declina. Tudo morre
sobre este mundo vivo; e a laranjeira,
e o voo do pombo, são traspassados
por um raio outonal de azul.
55. Donald Hall – Afirmação
Envelhecer é perder tudo.
Velhice, todos a conhecemos.
Mesmo quando somos jovens,
às vezes a vislumbramos, e acenamos-lhe com a cabeça
quando perdemos um avô.
56. Mary Oliver – O martim-pescador
Agradeço muito por ela ter respeitado o meu nível e me mantido motivada. Ela lidou muito bem com meu corpo já não tão jovem e fora de forma. Não poderia querer uma instrutora melhor.
57. Joan Margarit – Joana
A obra prima do poeta catalão Joan Margarit, “Joana”, traduzida na íntegra.
58. Kenneth Rexroth – Delia Rexroth
A Califórnia entra num
Verão modorrento, e o ar
Está repleto da agridoce
Fumaça de relva queimando
Nas colinas de São Francisco.
59. Danusha Laméris – Vestindo-se para o enterro
Ninguém fala sobre a hilaridade após a morte — a forma como na semana em que o meu irmão se matou a esposa dele e eu caímos na cama gargalhando porque ela não conseguia decidir sobre o que vestir para o grande dia, e me perguntou, “Eu quero ser sexy ou Amish?” Eu respondi: sexy.
60. Henry Wadsworth Longfellow – A reunião
Depois de uma longa ausência Nos vemos de novo, afinal: O encontro nos dá prazer, Ou, ao contrário, aflição?
61. Mary Oliver – Primavera
Em algum lugar, uma ursa preta acaba de despertar e lança seu olhar montanha abaixo.
62. Jane Hirshfield – Um dia é vasto
Um dia é vasto. Até o meio-dia. Depois acaba.
Aproveitando este post sobre um retrospectiva do próprio blog em 2021, gostaria de dizer que uma das descobertas literárias mais agradáveis que tive no ano passado aconteceu graças às postagens feitas aqui. Em especial, descobri a poesia de Juan Vicente Piqueras por meio das tuas traduções, Nelson. Comprei uma coletânea de poemas dele há pouco tempo e só tenho a agradecer por você ter me apresentado este poeta. Muito obrigado por todos os poemas que você cuidadosamente traduz e compartilha neste espaço! Que dias melhores nos aguardem em 2022.
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Muito obrigado pelas gentis palavras. Um dos objetivos do blog é esse mesmo: dar a conhecer aos leitores da língua portuguesa poetas e poemas nunca ou pouco publicados em nosso idioma. Há muita poesia de boa qualidade produzida ou sendo produzida em língua inglesa e espanhola (idiomas em que costumo me aventurar) e pouca gente traduzindo-os para a língua portuguesa. Normalmente, as editoras se concentram em traduzir os medalhões ou os best sellers da literatura mundial e ignoram solenemente os poetas já consagrados em seus países mas desconhecidos no Brasil e Portugal. O blog tenta, humildemente, e sem grandes pretensões, preencher esse hiato. E, às vezes, é até preditivo sobre o que pode acontecer no pobre mercado editorial da poesia local – como, por exemplo, quando traduzi vários poemas e até um livro inteiro da Louise Glück que, cerca de um ano depois, venceu o prêmio Nobel de literatura e agora começa a ser traduzida e publicada no Brasil pela Companhia das Letras. Portanto, pega teu smartphone ou notebook, senta-te ao sol ou à sombra, e continua vindo, pois que ainda há muita poesia de qualidade para ser publicada no blog. Abraços!
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