Essas compridas sombras recuando,
Um rio de telhados inclinando-se
Do lado do vale.
Frontões e chaminés
E torres, com árvores aninhadas entre elas:
Todas as formas de um cemitério
Vistas do alto de sua janela.
Um espelho em forma de caixão responde,
Luz suave, polido, liso como a pele,
Azul como grama cortada no gramado,
Gravatas retorcidas dobradas sobre ele.
Abrindo a porta, todas as paredes apontam ao mesmo tempo para a cama
Enorme seda vermelha em 1/4 do quarto
Nós afogados em mogno profundo
E uniformes volumes azuis guardados ao alcance da mão.
E um calendário de mesa, uma caneta-tinteiro,
Uma pesada luminária em mármore verde,
Uma caixa de charutos, vazia mas espanada,
Sobre a lareira fria, uma emoldurada jovem
Com um vestido branco aponta o futuro.
A casa repousa em silêncio,
O linóleo brilhante
Rangeria se você pisasse nele.
Lá fora ainda está chovendo
Mas os pássaros começaram a cantar.
Trad.: Nelson Santander
A Gentleman’s Bedroom
Those long retreating shades,
A river of roofs inclining
In the valley side.
Gables and stacks
And spires, with trees tucked between them:
All graveyard shapes
Viewed from his high windowpane.
A coffin-shaped looking-glass replies,
Soft light, polished, smooth as fur,
Blue of mown grass on a lawn,
With neckties crookedly doubled over it.
Opening the door, all walls point at once to the bed
Huge red silk in a quarter of the room
Knots drowning in deep mahogany
And uniform blue volumes shelved at hand.
And a desk calendar, a fountain pen,
A weighty table-lighter in green marble,
A cigar-box, empty but dusted,
A framed young woman in a white dress
Indicate the future from the cold mantel.
The house sits silent,
The shiny linoleum
Would creak if you stepped on it.
Outside it is still raining
But the birds have begun to sing.