Louise Glück – Vésperas (9)

Sua voz se foi agora; eu mal consigo ouvi-lo.
Sua voz estrelada é apenas sombra agora
e a terra está escura novamente
com suas grandes reviravoltas.

E de dia a grama fica parda em alguns lugares
sob as sombras dos carvalhos.
Agora, em toda parte eu sou assunto para o silêncio,

portanto, está claro que não tenho acesso a você;
Eu não existo para você, você rabiscou
um traço sobre o meu nome.

Com que desprezo você nos aprisiona
para crermos que somente a perda pode imprimir
seu poder sobre nós,

as primeiras chuvas de outono agitando os lírios brancos –

Quando você parte, você parte absolutamente,
deduzindo a vida visível de todas as coisas,

Mas não toda vida,
para que não nos desviemos de você.

Trad.: Nelson Santander

Vespers

Your voice is gone now; I hardly hear you.
Your starry voice all shadow now
and the earth dark again
with your great changes of heart.

And by day the grass going brown in places
under the broad shadows of the maple trees.
Now, everywhere I am talked to by silence

so it is clear I have no access to you;
I do not exist for you, you have drawn
a line through my name.

In what contempt do you hold us
to believe only loss can impress
your power on us,

the first rain of autumn shaking the white lilies –

When you go, you go absolutely,
deducting visible life from all things

but not all life,
lest we turn from you.