Atravessa as ruas
absorto nos ecos das pessoas,
distante até de seus pensamentos.
Não chove, não abre o seu guarda-chuva,
no entanto, como sempre, molham-se
não só seus sapatos
como a vida também, porque às vezes
esquece que o mundo o reclama.
Caminha como quem não sabe para onde,
em cada passo crê estar sozinho,
mais distante das outras pessoas,
por isso demora a encontrar as palavras,
e quando as pronuncia já não há ninguém
esperando. Depois,
novamente, o caminho de volta,
as ruas, a tristeza. E nada mais,
além de sua casa, e ele,
diante de um espelho,
olhando-me nos olhos.
Trad.: Nelson Santander
REPUBLICAÇÃO (com alterações na tradução): poema publicado no blog originalmente em 04/05/2018
Vuelta a Casa
Atraviesa las calles
ensimismado en ecos de la gente,
distante incluso de sus pensamientos.
No llueve, no despliega su paraguas,
pero a él, como siempre, se le mojan
no solo los zapatos
sino también la vida porque a veces
no recuerda que el mundo lo reclama.
Camina como quien no sabe adónde,
a cada paso cree que está solo
y más lejos del resto de personas,
así que llega tarde a sus palabras
y cuando las pronuncia ya no hay nadie
esperando. Después
nuevamente el camino de regreso,
las calles, la tristeza. Y nada más,
salvo su casa, y él,
delante de un espejo,
mirándome a los ojos.