Naquele Outubro
em que escolheu ser livre
na grama alta e seca junto ao pomar
você disse “quem sabe um dia, talvez daqui a dez anos”.
Terminada a universidade te vi
só mais uma vez. Você estava estranha.
E eu obcecado com um projeto.
Agora se passaram os tais dez anos
e até mais um pouco: eu sempre soube
onde você estava –
Devia ter ido te ver
movido pela esperança de recuperar seu amor.
Você continua solteira.
Mas não fiz nada disso.
Só em sonhos, como esta madrugada,
a intensidade terrível
de nosso amor de garotos
me ocupa de novo a mente, a carne.
Tivemos aquilo que todos
se esforçam tanto para ter;
e abandonamos tudo para trás aos dezenove anos.
Me sinto com mil anos, como se tivesse
vivido muitas vidas.
E talvez nunca descubra
se sou um idiota
ou fiz o que exigia
o meu karma.
Trad.: ?
REPUBLICAÇÃO: poema publicado no blog originalmente em 20/02/2017
December at Yase
You said, that October,
In the tall dry grass by the orchard
When you chose to be free,
“Again someday, maybe ten years.”
After college I saw you
One time. You were strange,
And I was obsessed with a plan.
Now ten years and more have
Gone by: I’ve always known
where you were—
I might have gone to you
Hoping to win your love back.
You still are single.
I didn’t.
I thought I must make it alone. I
Have done that.
Only in dream, like this dawn,
Does the grave, awed intensity
Of our young love
Return to my mind, to my flesh.
We had what the others
All crave and seek for;
We left it behind at nineteen.
I feel ancient, as though I had
Lived many lives.
And may never now know
If I am a fool
Or have done what my
karma demands.
Lindo, lirismo puro.
CurtirCurtir