As razões do coração
vistas com clareza,
inclusive as mais duras,
carregarão
suas marcas de chicote e tristezas
e devem ser perdoadas.
Como a elande faminta
pela seca que perdoa
o leão faminto pela seca
que finalmente a arrebata,
e entra em seguida de bom grado
na vida que ela não pode recusar,
e torna-se leão, está alimentada,
e não se lembra da anterior.
Tão poucos grãos de felicidade
mensurados contra toda a escuridão
e mesmo assim as escalas se nivelam.
O mundo só quer de nós
a força que temos e damos.
Então ele pede mais, e nós damos.
Trad.: Nelson Santander
The Weighing
The heart’s reasons
seen clearly,
even the hardest
will carry
its whip-marks and sadness
and must be forgiven.
As the drought-starved
eland forgives
the drought-starved lion
who finally takes her,
enters willingly then
the life she cannot refuse,
and is lion, is fed,
and does not remember the other.
So few grains of happiness
measured against all the dark
and still the scales balance.
The world asks of us
only the strength we have and we give it.
Then it asks more, and we give it.
Lindo poema! Mas acho que a segunda estrofe fica:
“Como a faminta por seca
elande perdoa
o leão faminto por seca
que finalmente a toma,
entrando voluntariamente então
na vida que não pode recusar,
e torna-se leão, está alimentada,
e não se lembra da outra [vida].”
CurtirCurtir
Paulo, tem razão. O sentido é exatamente este que você propõe: o da presa que, ao ser devorada (consumida), torna-se o próprio predador ao incorporar-se a ele. Alterei a tradução para contemplar esse sentido. Obrigado pela dica.
CurtirCurtido por 1 pessoa