“Eu vou morrer, mas
isso é tudo o que farei pela Morte”
Edna St. Vincent Millay, Objeção de consciência
“Alô, iniludível”
Manuel Bandeira, Consoada
A porta de saída
Mas não serei eu
a colocar-lhe a mesa
– quando chegar
encontrará a casa como sempre
em desordem
cheia de livros e discos
com plantas e gatos ao sol
e os papéis em órbita
em torno da cama
e os lençóis revoltos
como em alto-mar
quando vier
dar cabo dos aniversários
comer a carne até os ossos
encontrará as coisas acesas
fora do lugar
o campo por lavrar e
a louça por lavar
quando chegar
que se sirva
do que achar
e feche ao sair a porta
por fora