Corpo meu, agora que não viajaremos juntos por muito mais tempo,
começo a sentir uma nova ternura por ti, muito crua e pouco familiar,
como a lembrança que tenho do amor quando eu era jovem —
amor que foi tantas vezes tolo em seus objetivos
mas nunca em suas escolhas, suas intensidades
Muito exigido com antecedência para muito que não podia ser prometido —
Minha alma tem sido tão temerosa, tão violenta;
perdoa sua brutalidade.
Como se fosse essa alma, minha mão se move cautelosamente sobre ti,
não querendo ofender
mas ansiosa, definitivamente, por alcançar expressão como substância:
não é da terra que sentirei falta,
é de ti que sentirei falta.
Trad.: Nelson Santander
Crossroads
My body, now that we will not be traveling together much longer
I begin to feel a new tenderness toward you, very raw and unfamiliar,
like what I remember of love when I was young —
love that was so often foolish in its objectives
but never in its choices, its intensities
Too much demanded in advance, too much that could not be promised —
My soul has been so fearful, so violent;
forgive its brutality.
As though it were that soul, my hand moves over you cautiously,
not wishing to give offense
but eager, finally, to achieve expression as substance:
it is not the earth I will miss,
it is you I will miss.