Louise Glück – Vésperas (10)

Fim de agosto. Calor
como em uma estufa sobre a
horta de John. E algumas coisas
tem a coragem de despertar,
cachos de tomates, talhões
de lírios tardios – otimismo
das grandes hastes – ouro
e prata imperiais: mas por que
começar qualquer coisa
tão perto do fim?
Tomates que nunca amadurecerão, lírios
que o inverno matará, que não
retornarão na primavera. Ou
você acha que
eu passo tempo demais
pensando no futuro, como
uma velha vestindo
suéteres no verão;
você está dizendo que eu posso
florescer, sem nenhuma esperança
de perdurar? Despontar de vermelhas faces, glória
de gargantas abertas, brancas,
manchadas de carmesim.

Trad.: Nelson Santander

Vespers (10)

End of August. Heat
like a tent over
John’s garden. And some things
have the nerve to be getting started,
clusters of tomatoes, stands
of late lilies — optimism
of the great stalks — imperial
gold and silver: but why
start anything
so close to the end?
Tomatoes that will never ripen, lilies
winter will kill, that won’t
come back in spring. Or
are you thinking
I spend too much time
looking ahead, like
an old woman wearing
sweaters in summer;
are you saying I can
flourish, having
no hope
of enduring? Blaze of the red cheek, glory
of the open throat, white,
spotted with crimson.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s