Um fantasma ausente
põe tijolo sobre
tijolo ao seu redor.
Primeiro mede o terreno
Divide o espaço.
Calca com o pé
a planta
que não floresce.
Mas que cresce
sob estacas
de cimento.
Depois, a ausência
se preenche.
O fantasma move
a cal, a pedra, a pá.
O fantasma move
o corpo já presente
do lugar em que está.
Presente e ausente,
um fantasma se acasala
Move seu corpo
de carne e osso.
Come a própria argamassa
e se desfaz
no próprio fosso.
Tijolo sobre tijolo
um fantasma fez seu poço.