Louise Glück – O espinheiro

Lado a lado, não de
mãos dadas: eu os observo
caminhando no jardim de verão — coisas
que não podem se mover
adestram-se em ver; eu não preciso
persegui-los pelo
jardim; seres humanos deixam
sinais de sentimentos
por toda parte, flores
espalhadas na estrada de terra, todas
brancas e douradas, algumas
ligeiramente suspensas pelos
ventos da tarde; eu não preciso
segui-los até onde vocês estão agora,
nas profundezas do vale envenenado, para conhecer
as causas de sua deserção, paixão
humana ou fúria: pelo que mais
vocês abandonariam
tudo o que conquistaram?

Trad.: Nelson Santander

The hawthorn tree

Side by side, not
hand in hand: I watch you
walking in the summer garden — things
that can’t move
learn to see; I do not need
to chase you through
the garden; human beings leave
signs of feeling
everywhere, flowers
scattered on the dirt path, all
white and gold, some
lifted a little by
the evening wind; I do not need
to follow where you are now,
deep in the poisonous field, to know
the cause of your flight, human
passion or rage: for what else
would you let drop
all you have gathered?