(…)
III
Mesmo o mais sólido some
sem deixar nenhum vestígio,
sem nem se ter (como exige o
costume) lhe dado um nome.
E, como sempre, o sentido —
que se dá a posteriori,
antes que se deteriore
de todo o mal percebido —
não capta mais que um minúsculo
ângulo do evento único
que só durou um segundo
Entrementes, coisas mais
surgem, somem, num zás-trás,
e agora já é outro o mundo.
REPUBLICAÇÃO: poema publicado no blog originalmente em 05/01/2017