Javier Salvago – Nada, nada importa

Se os anos ensinam alguma coisa
é a pouca importância
que tudo tem.
Tudo,
cedo ou tarde, passa.
O amor, que vai
como veio. A vaga
juventude, com seus sonhos,
suas grandes esperanças.
Dias de vinho e de rosas,
tempos de abundância
do coração. O brilho.
A beleza. A vontade
de levar a vida
adiante. As presunçosas
ilusões
— estrelas
que subitamente se apagam
e nos deixam em uma
noite escura da alma —.
A dor que julgavas
infinita. A ânsia
de obter aquilo
que, obtido, não é nada.
A vaidade, suas pompas:
glória, fortuna, fama,
ela mesma, suas obras,
sombras de um sonho, geada,
orvalho de uma noite
que o sol de outra manhã
derrete, vaidades,
miragens, fantasmas…

Se os anos ensinam alguma coisa
é que tudo acaba.
Que nada, neste jogo,
dura, nada importa.

Mayo, 1997

Trad.: Nelson Santander

 

Nada importa nada

Si algo enseñan los años
es la poca importancia
que tiene todo.
Todo,
tarde o temprano, pasa.
El amor, que se va
como viene. La vaga
juventud, con sus sueños,
sus grandes esperanzas.
Días de vino y rosas,
épocas de abundancia
del corazón. El brillo.
La belleza. Las ganas
de llevarse a la vida
por delante. Las fatuas
ilusiones
— estrellas
que de pronto se apagan
y nos dejan en una
noche oscura del alma—.
El dolor que creías
interminable. El ansia
por conseguir aquello
que, conseguido, es nada.
La vanidad, sus pompas:
gloria, fortuna, fama,
uno mismo, sus obras,
sombras de un sueño, escarcha,
rocío de una noche
que el sol de otra mañana
derrite, vanidades,
espejismos, fantasmas…

Si algo enseñan los años
es que todo se acaba.
Que nada, en este juego,
dura ni importa nada.

Mayo, 1997

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