Comecei,
quando estou cansada e não consigo decidir a resposta que devo dar a uma pergunta desconcertante,
a pedir a opinião dos meus amigos mortos
e frequentemente a resposta é imediata e clara.
Devo aceitar o emprego? Mudar-me para a cidade? Devo tentar conceber um filho
em minha meia idade?
Em uníssono, eles balançam suas cabeças e sorriem – o que quer que conduza
à felicidade, eles sempre respondem,
a mais vida e menos preocupação. Eu olho para a urna onde estavam as cinzas de Billy –
é verde ali, uma urna verde,
e pergunto-lhe se devo retornar a complicada ligação, e ele diz: sim.
Billy já passou pelo apavorante portal,
o que quer que ele diga, eu farei.
Trad.: Nelson Santander
My Dead Friends
I have begun,
when I’m weary and can’t decide an answer to a bewildering question
to ask my dead friends for their opinion
and the answer is often immediate and clear.
Should I take the job? Move to the city? Should I try to conceive a child
in my middle age?
They stand in unison shaking their heads and smiling — whatever leads
to joy, they always answer,
to more life and less worry. I look into the vase where Billy’s ashes were –
it’s green in there, a green vase,
and I ask Billy if I should return the difficult phone call, and he says, yes.
Billy’s already gone through the frightening door,
whatever he says, I’ll do.