Os irmãos com saúde,
os meus pais vivos,
um pouco deprimidos, mas lúcidos e vivos.
Uma mulher que me espera à porta, e sorri,
um bebê com um ano e meio, uma rapariga,
vem aí outra;
quando regresso a minha mulher recebe-me a sorrir
com uma barriga grande.
Um café, outro,
o caderno preto à minha frente, o tempo,
nada para fazer a não ser por dentro,
os sentimentos tranquilos.
O estômago calmo: tenho mais dinheiro que fome
(é sempre um equilíbrio entre dois pesos).
Os empregados de um lado para outro,
a atender à sede dos outros, aos caprichos.
Ao meu lado direito um vidro: vejo os vivos
em passo apressado
a cumprimentarem-se;
as ações urgentes, obrigatórias (as que eu esqueci).
Que fazer?
Como aproveitar o esconderijo?
Esconde-te, que o exterior não te descubra: só sabe dar ordens.
E como aproveita o homem escondido a dádiva do esconderijo?
Escreve, o idiota.