Estes cumprem o rito antigo mantendo
a chama da morte acesa na obscura água da vida
e engrossam o rio dos mortos
como pura memória sem nome.
Nós rebelamo-nos, levantamos as mãos ao céu,
e depois fechamo-las para deter
o rio da mudança fluindo por entre os dedos,
porque éramos os menos fortes e os menos densos.
Frágeis mãos dispersaram o que nos pertencia
e quando regressámos tinham partido todos.
Agora, diante de nós mesmos para sempre,
até a nossa miséria nos parece alheia.
REPUBLICAÇÃO: poema publicado no blog originalmente em 22/04/2018